Não sou profeta, tampouco como almejo poeta
A mim não foi dada a clarividência de saber o futuro
No entanto dentro de minha mente oscilante e inquieta
Monstrinhos terríveis corroem-me os pensamentos
Sugam minhas forças, tornam-me débil
Deixando-me o corpo cansado e a alma mais cansada
ainda
Como flor que desvanece num jarro
Ou pássaro aprisionado cujo cantar lamuriante não
finda
As horas do dia passam a conta gotas, enquanto a
juventude se vai
As esperanças esfarelam-se entre os dedos como uma
velha pétala encontrada num livro
Nas horas de solidão lancinante é que os fantasmas
vem atormentar-me
Retiro a máscara que durante o dia me disfarço
E meus monstros identificam-me
E então novamente recomeça o tormento
Sento-me nesta sala silenciosa e posso ouvir o uivo
dos lobos que pensei ter despistado
Aproximando-se para acabar de estraçalhar o coração
que já está despedaçado
04/05/2017
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