O lamento de um filho bastardo
Ó mãe! De ti nós todos
descendemos: negros, brancos e indígenas.
Por qual motivo serves
unicamente a uns e menospreza a outros?
Quando nasci largou-me à
própria sorte,
Enquanto aos outros envolveu
em seus braços.
De ti não almejo glória,
apenas um afago e proteção,
Mas por que negas a mim, o
que a outros proporciona sem objeção?
Ó mãe olha teus filhos! Vê
quanta dor lhes causa,
Vê o que fazem a si mesmos e
quanto mal causam a seu próximo.
Meu coração está sangrando,
porém não poderia eu
Continuar a ignorar o que
meus olhos veem.
Deixa parte de seus filhos
ao relento,
Enquanto a outros assenta em
mansões.
Recobre de linho o teu
escolhido e ao bastardo entrega apenas os trapos.
Permite que teus filhos
tratem aos irmãos com desdém,
Quando poderia ensinar o
valor do respeito para com seu próximo.
Mesmo maltratado conservo
por ti o amor de um filho,
E mesmo sem teu amor por tua
honra derramo meu sangue.
Só lhe peço ó pátria! Que
por tal sacrifício,
Teus filhos bastardos mereçam de ti o afago
Que tu dedicas àqueles que por ti nada fazem.
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